Começar um relacionamento é questão de tudo ou nada. Quando
se decide que não quer a pessoa apenas como sua amiga e sim como sua
companheira, como pessoa que você decidiu gostar e decidiu demonstrar, como
pessoa a quem você destinará seus pensamentos nos momentos livres e àquela a
quem irá querer passar a maior parte do tempo. Quando é feita tal decisão e a
outra pessoa partilha da mesma escolha começa-se um jogo de roleta russa, na qual todas as balas estão posicionadas, menos uma.
Nesse jogo, há inúmeras formas de dar errado. Brigas,
desentendimentos, problemas ou simplesmente caminhos que seguem de forma
separada. Todas essas tantas rotas entrelaçadas levam a caminhos diferentes,
mas, se parar para seguir as linhas, todas chegam ao mesmo final – a pessoa que
você tanto estimava sai da sua vida. Sim, aquela pessoa que você queria passar
a maior parte do tempo, aquela que sabia tanto sobre sua vida, a quem você
escrevia bilhetinhos e versinhos, aquela que você podia passar horas e horas
apenas olhando. Essa. Essa pessoa torna-se nada mais que uma estranha. Se uma
dessas linhas der errado, após decidirem romper o laço que foi feito, vocês
nunca mais serão os mesmos e tudo aquilo que construíram rui e deixa nada mais
que uma pilha de ruinas de memórias.
Entretanto, há outro caminho. No caso de você escolher
alguém e escolher juntamente com isso superar todas as barreiras. No caso
daquela pessoa, e apenas ela, ser quem você quer ter ao seu lado pelas manhãs,
ser quem você liga para contar uma notícia, seja ela boa ou ruim, ser quem
ficará ao seu lado. E o grande empecilho desse caminho é: a outra pessoa tem
que fazer a mesma escolha.
O mais complicado de tudo é que não é uma escolha que se faz
apenas uma vez, assina em um
contrato e pronto. Não. É uma escolha que deve ser
feita todos os dias, e no momento em que você questiona essa escolha e decide
procurar por outra pessoa, então todo ‘contrato’ está desfeito, ainda que vocês
não terminem no mesmo instante. Como assim? Oras, de que adianta um dos
elementos da ligação já estar procurando outra ligação e apenas o outro crer
que são exclusivos? Um relacionamento acaba no instante que o outro não é mais
aquela pessoa, aquela que você era ligada.
A escolha deve ser feita todo dia. Não pelo medo dos outros
caminhos, mas pela certeza que sustenta qualquer relacionamento – que aquela
pessoa é parte da sua vida, que é parte de você. Leia-se, parte. Não o todo.
Mas esse é devaneio para outro instante. O que importa agora é que, não importa
o quão complicado esse único caminho-do-sucesso seja. O que importa é que
aquela pessoa, ao final do caminho, ainda estará ao seu lado. E então, quando
você chegar ao final e notar isso, meus parabéns, você venceu na Roleta Russa.
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