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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Roleta Russa



       Começar um relacionamento é questão de tudo ou nada. Quando se decide que não quer a pessoa apenas como sua amiga e sim como sua companheira, como pessoa que você decidiu gostar e decidiu demonstrar, como pessoa a quem você destinará seus pensamentos nos momentos livres e àquela a quem irá querer passar a maior parte do tempo. Quando é feita tal decisão e a outra pessoa partilha da mesma escolha começa-se um jogo de roleta russa, na qual todas as balas estão posicionadas, menos uma. 

      Nesse jogo, há inúmeras formas de dar errado. Brigas, desentendimentos, problemas ou simplesmente caminhos que seguem de forma separada. Todas essas tantas rotas entrelaçadas levam a caminhos diferentes, mas, se parar para seguir as linhas, todas chegam ao mesmo final – a pessoa que você tanto estimava sai da sua vida. Sim, aquela pessoa que você queria passar a maior parte do tempo, aquela que sabia tanto sobre sua vida, a quem você escrevia bilhetinhos e versinhos, aquela que você podia passar horas e horas apenas olhando. Essa. Essa pessoa torna-se nada mais que uma estranha. Se uma dessas linhas der errado, após decidirem romper o laço que foi feito, vocês nunca mais serão os mesmos e tudo aquilo que construíram rui e deixa nada mais que uma pilha de ruinas de memórias.

      Entretanto, há outro caminho. No caso de você escolher alguém e escolher juntamente com isso superar todas as barreiras. No caso daquela pessoa, e apenas ela, ser quem você quer ter ao seu lado pelas manhãs, ser quem você liga para contar uma notícia, seja ela boa ou ruim, ser quem ficará ao seu lado. E o grande empecilho desse caminho é: a outra pessoa tem que fazer a mesma escolha. 

      O mais complicado de tudo é que não é uma escolha que se faz apenas uma vez, assina em um 
contrato e pronto. Não. É uma escolha que deve ser feita todos os dias, e no momento em que você questiona essa escolha e decide procurar por outra pessoa, então todo ‘contrato’ está desfeito, ainda que vocês não terminem no mesmo instante. Como assim? Oras, de que adianta um dos elementos da ligação já estar procurando outra ligação e apenas o outro crer que são exclusivos? Um relacionamento acaba no instante que o outro não é mais aquela pessoa, aquela que você era ligada. 

      A escolha deve ser feita todo dia. Não pelo medo dos outros caminhos, mas pela certeza que sustenta qualquer relacionamento – que aquela pessoa é parte da sua vida, que é parte de você. Leia-se, parte. Não o todo. Mas esse é devaneio para outro instante. O que importa agora é que, não importa o quão complicado esse único caminho-do-sucesso seja. O que importa é que aquela pessoa, ao final do caminho, ainda estará ao seu lado. E então, quando você chegar ao final e notar isso, meus parabéns, você venceu na Roleta Russa.  

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