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domingo, 19 de agosto de 2012

Memórias

Há algo interessante e ao mesmo tempo desesperador sobre as memórias. O fato de sabermos que no instante seguinte aquilo que estamos fazendo vira um passado para ser lembrado é um que me fascina sobre elas. Um abraço, uma lágrima, um sorriso, brincadeiras, conquistas - tudo não passa de momentos voláteis que com o movimentar simples do ponteiro dos segundos já vira passado.

A capacidade do ser humano de se lembrar é algo lindo! Saber que tudo que vemos pode ser arquivado para ser lembrado depois. O problema... É que não lembramos para sempre.

Quantas vezes um grupo de amigos comenta uma história e percebe que não lembram bem como aquilo aconteceu? Ou então uma senhora que tenta se lembrar de algo em vão?

É isso que me assusta. Já agora não me lembro com clareza de muitas coisas. Forço minha memória tentando recordar da voz de alguém ou então de seu rosto e não consigo, me vem apenas um borrão em mente.

Parei para pensar sobre isso em meio ao abraço de uma pessoa amada e tudo que consegui fazer foi começar a chorar. Chorava por saber que naquele exato instante o que fazíamos começava a virar passado e chorava ainda mais ao pensar que no futuro poderia não lembrar daquele instante que me fez tão bem.

Choro ao imaginar como será no futuro, onde aquele abraço e outros tanto momentos serão nada mais que resquícios de lembranças, apagas e desgastadas pelas vivências posteriores. Você não tem medo? Eu estou tremendo, estou assustadíssima. Agora entendo aquilo que dizem sobre querer parar o tempo e ficar ali para sempre.

Parar e manter aquele momento tão gostoso conosco, vivenciar aquilo por uma eternidade. Se existisse tempo eu poderia dizer 'com o passar do tempo aquilo ficaria entediante'. Mas não haveria o mesmo!

Mas não é isso que é viver, não é? Viver é exatamente o contrário. É deixar aquele ponteiro dos segundos dar suas voltas, é fazer presente virar história, é simplesmente criar memórias. Criá-las para serem arquivadas e então apagadas. Porque é isso que somos afinal, um conjunto de memórias entrelaçadas que formaram nosso modo de ser no presente.

Amo os momentos que merecem ser eternizados, receio que sejam esquecidos e com isso vivo-os mais intensamente.

Vou lembrar desse questionamento todo Amanhã? Quem sabe dizer.

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